A Junta Local se baseia na sinergia entre todos os envolvidos e na identificação de todos com compromissos coletivos e valores compartilhados.
O entendimento da Junta como um coletivo diverso - enraizado nas noções de co-responsabilidade, engajamento, pertencimento e diálogo - é a base de nossa inteligência coletiva, que se constrói continuamente em todas as nossas esferas de contato: feiras, boletins, assembleias, reuniões, encontros.
O prazer de estar JUNTO e remando numa mesma direção é o que nos faz acreditar que “o crescimento de um é o crescimento de todos”.
A proximidade é o que viabiliza nossa existência enquanto local de aproximação e encontro entre produtores e consumidores.
A procedência dos produtos e o respeito ao ciclo do alimento estão na base da nossa luta por alternativas à industrialização. É fundamental a consciência a respeito de toda a cadeia produtiva, tanto para a seleção de matéria-prima, quanto para a definição de processos produtivos.
Na Junta, matérias-primas e produtos finais devem sempre dialogar com: contexto local e sazonal, boas práticas agrícolas e tradições gastronômicas locais.
Os processos são tão importantes quanto o produtos, que são reflexos dos produtores. Por isso, a Junta caracteriza-se como um lugar de aprendizado e de troca. Nas feiras, “quem faz” marca presença, expressando todo o cuidado com seu produto e com seu público e participando de um constante intercâmbio de conhecimentos, que possibilita uma contínua evolução no seu fazer artesanal.
Se nutrimos tanto amor pelo que fazemos, conhecer “pra quem” produzimos é fundamental.
Faz parte da nossa missão ter consciência sobre o impacto de nossos produtos e ações: impacto ambiental, social, econômico… De forma que a rastreabilidade integral de cada produto torna-se um princípio crucial.
É fundamental que pensemos na sustentabilidade de cada negócio em todas as suas esferas.
Nesta equação, devemos levar em conta o tempo do consumo de cada produto, assim como os processos produtivos mais adequados e viáveis.
Da mesma forma, a sustentabilidade da própria Junta deve ser encarada de forma responsável. Se queremos ser efetivamente uma alternativa ao sistema industrializado, temos que ter uma proposta econômica viável - coletiva e individualmente. E o preço a ser pago pelo consumidor deverá refletir este princípio e a estrutura enxuta que conseguimos construir, em coerência com nossos valores e objetivos.
Na Junta, além de alternativas à industrialização dos alimentos, também perseguimos formas alternativas de relação comercial, relações de trabalho mais humanas e, com isso, possibilitamos uma re-descoberta da venda direta.
Tornam-se valores essenciais e intrínsecos: a honestidade, a confiança e o respeito, que se refletem na qualidade dos encontros e na precificação justa e coerente.
Nossa missão é ampla e educativa. É necessário criar, expandir e democratizar a cultura do “bom, local e justo”. Um sistema alternativo economicamente viável é para que pequenos produtores tenham uma subsistência digna, ao mesmo tempo em que mais pessoas têm acesso a esses alimentos.
Neste sentido, precisamos também conscientizar o público a respeito dos processos naturais, resgatando fazeres e saberes populares.
É fundamental que o produtor seja um agente de informação e sensibilização, em relação à sazonalidade e ao resgate das origens.
Somos também promotores de impacto urbano, ocupando espaços públicos, recuperando o potencial cultural das ruas e melhorando a qualidade de vida em nossa cidade.